"Morre lentamente aquele que não arrisca o certo pelo incerto. Quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos."
Pablo Neruda
segunda-feira, 26 de maio de 2008
É só por isto
domingo, 25 de maio de 2008
quarta-feira, 21 de maio de 2008
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Fascista, eu??
"O liberal-conservador não é nem um liberal puro, nem um conservador puro. Aliás, o principal inimigo do liberal-conservador é o purista de qualquer tendência. A verdade é que o liberal-conservador embirra com os liberais puros que nos dão uma má fama ao fazerem-se passar por nós, liberais-conservadores. Os liberais puros reduzem a política à economia, não toleram desvios ao que defendem e vendem o liberalismo como um plano quinquenal. (…) O liberal-conservador também não vai à bola com o conservador puro. O conservador puro tem a dificuldade de conviver mal com a liberdade dos outros (…) Um liberal-conservador está sempre a vigiar a temperatura das suas convicções. Se o termómetro dispara para cima ou para baixo ele age logo com medidas temperadoras. Como liberal preza a independência pessoal contra todas as formas de sujeição, servilismo e pobreza. Como conservador reconhece que a independência absoluta é um projecto impossível e que há um módico de autoridade e hierarquia que temos de aceitar. Como liberal é individualista e pelo mercado. Como conservador reconhece que os indivíduos vivem melhor em comunidades socialmente coesas e organizadas. Como liberal é optimista. Como conservador é pessimista sobre o seu optimismo. Como liberal aprecia a cultura de massas. Como conservador não diz que é arte qualquer saloiice. Como liberal acredita. Como conservador desconfia."
Pedro Lomba, in Dn*
* por sua vez roubado daqui
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Kizomba...a febre
Parece que está mesmo na moda. Ontem, em mais um dia de enterro, deu para (com)provar. Os "Irmãos Verdades" - que, acredito, dispensam apresentações- eram o cabeça de cartaz. Quem diz ontem, diz ao longo deste último ano: toques, sons, imagens e vídeos nos telemóveis, música "a bater" bem alto nos carros, aulas e escolas de dança onde Kizomba e Kuduro- isto são outros quinhentos- se destacam e colectâneas que saem todas as semanas.
Não gosto de modas. Desta muito menos. Provoca-me náuseas, como tudo o resto.
Vá lá. Eu sei que muitos dos que aderiram a esta moda gostam do exótico, talvez, até, da ideia ou fantasia de fazerem um safari, mas uma coisa é interessarem-se, de facto, pela música e cultura angolanas, outra é fazê-lo porque está na moda, porque é fixe e porque é, de certa forma, folclórico. Para alguns, é disso que se trata. É uma oportunidade de ser o "engraçadinho" do grupo e, ontem, a estupidez reinava por metro quadrado; desde a forma espalhafatosa - e insultuosa- de dançar, às piadas do género "hoje é a noite dos pretinhos".
Não digo que as pessoas não deveriam ouvir ou, sequer, dançar, mas não como o fazem, mesmo sabendo que há coisas que estão apenas e só no sangue.
Como todas as modas, também esta tende a desvirtualizar o original. Como todas as modas, também esta me provoca náuseas.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Há séculos que não me acontecia uma coisas destas
Torci o pé. Ontem. Enquanto deslizava pelos verdes espaços que rodeiam a minha casa (lindo). Se doeu? Muito.
Conclusão: passei toda a tarde no hospital. Mas não foi tão mau como esperava. Deu, pelo menos, para perceber que por baixo das batas brancas existem ali umas criaturas muito bem compostinhas, com tudo no sítio, interessantes, atraentes, sexys, lindas, charmosas e até com sentido de humor (qualidades que toda a gaja aponta para um homem de sonho).
E as mãos? Meu Deus...que mãos?Ainda por cima sabem (como) tocar. Nunca me tinha apercebido que estas criaturas têm esse sentido tão bem apurado. Eles olham, mexem, acariciam e elogiam :"que lindos pés. tão pequenos" - pois, é por isso que me acontecem estas coisas-.
No final, o diagnóstico: uma entorse apenas. Gelo e pé para o ar, muito "quietinha". Nada de massagens nem coisas do género. Ainda assim, eu insistia no "muito quentinha????". Não sei porquê.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
É inevitável
Chegar a casa, dar de caras com um grupo de desocupados- já com idade para trabalhar- e pensar: "qual destes cabrões vandalizou o meu carro?
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Ora nem mais!
EXISTEM DOIS TIPOS DE PESSOAS NO MUNDO *
As pessoas a evitar: porque te atrapalham; porque te magoam; porque te assustam; maltratam; porque te querem mal; porque te fazem sentir mal; porque simplesmente não te fazem sentir; porque não te querem; porque já as quiseste; porque não são nada; ou são pouco; porque já foram muito; porque te invejam; porque não te seduzem; porque são indesejáveis, desprezíveis; porque te traem; porque não sabem fazer sexo nem amor; porque são demasiado ridículas ou banais; porque fogem; porque sorriem quando estás em baixo; porque te põem em baixo; porque te ignoram; porque fingem; porque matam; porque te vão matando; porque são apáticas, antipáticas, falsas; porque apenas deixaram de ser (...)
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Estou condenada (e o meu carro também)
a ser assaltada. Melhor, os meus carros estão mal entregues. Não conheço (nem as pessoas que me conhecem) ninguém que tenha sido tão assaltada. Lidero o ranking, sem dúvida.
Se não me roubam o carro, roubam-me o auto rádio, se não é isso é outra peça qualquer. Desta vez, foram as escovas. Mas, desta vez, os gajos foram indecentes. Não bastava roubarem as escovas ainda tinham de partir uma delas????? Óh pá, não havia necessidade.
Depois de tantas investidas, confesso que acabei por ser um pouco compreensiva com os meninos. Havia ali uma ligação muito forte: eu tinha o carro e eles interesse nele. Tínhamos algo em comum e isso é um começo. Roubavam-me o carro, davam umas voltas e depois devolviam sem um arranhão.
Mas agora... estou furiosa. Mesmo furiosa. Das últimas vezes não tinha de desembolsar um único tusto e, de repente, 60 e tal euros. Dasse!
Depois de tudo, cheguei à conclusão que não posso mesmo optar por esse meio de transporte, a não ser à boleia.
Ainda bem que para o sítio que vou os transportes públicos funcionam na perfeição.
A eles só me apetece mandar para um sítio que cá sei e não me importava nada de os cortar, sobretudo as mãos, às fatias ou aos cubos bem pequeninos.
(Podem continuar a chamar-me fascista)
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Ainda o sexo desprotegido
Valete - Roleta Russa
Sempre há esta hipótese "só se fores à farmácia ao fundo da rua".
terça-feira, 6 de maio de 2008
What a f***????
Um quarto dos portugueses nunca usou preservativo
São também 38 por cento os que dizem não ter qualquer receio de contrair uma infecção ou doença transmitida por via sexual.
Li esta notícia e, por momentos, não acreditei no que o meu cérebro ía processando. Os resultados surpreendem-me. Quando me preparava para escrever sobre este assunto passei os olhos pelos comentários- na edição online- e bloqueei. Palavras para quê??? Só espero que não sejam o reflexo deste país.
(Não deixam de ser uma comédia, por isso, partilho-os convosco)
"Tu la sabes como f***s mas se tiveres SIDA não digas que não te avisei".... Isto em resposta à Sra, porventura brasileira (pela escrita que demonstra), que provavelmente veio para este País trazer maleitas de álem mar. Nada como um toque de xenofobia...
"os homens são o mal das mulhreres porque nós trabalhamos e ainda temos que sustentar os filhos enquanto vocês andam com as mulheres que querem e estão a ver futebol. As mulheres têm os mesmos direitos e são vocês que transmitem essas doenças horrorosas a nós mulheres que samos as vítimas. Vocês homens não deviam ter direito a escolher com quem andam só as mulheres é que têm direito a escolherem os homens que querem". faltava a estúpida guerra dos sexos exposta de forma ainda mais estúpida.
"Quando falamos em marcas como a control uma caixa de seis fica pelo 5 euros, ja para nao falarmos numa simples questao. E se formos alergicos ao latex?? Pois é assim a caixa ainda e mais cara. Num país em que a pobreza aumenta e que cada vez mais cedo os jovens iniciam as relaçoes sexuais, tem que se ter em atençao o preço dos presevativos, temos que deixar de ser tao fechados em relaçao ao sexo!" Oi, hein???Pode repetir, por favor???
eu uso preservativo no anal e no vaginal só não no oral e os meus namorados também sabem, eu não gosto do sabor do latex e os meus namorados também preferem ao natural.
Ó ana se esse é o teu problema, dedica-te mais ao oral, vais ver que dormes mais descansada e obténs maior prazer, além disso os homens são loucos por oral. Gosto deste conselho: "Faz um broche que assim dormes mais descansada. E continua....gosto da parte do "rasga com os dentes"...ahahahhaha
Mas ó ana não vês que o preservativo para o oral não dá, rasga com os dentes, não ganhas nada com isso, o melhor é mandares isso fora e fazer natural é muito melhor vais ver, eu dantes fazia como tu só que rompiam não valia a pena aquilo tem um sabor horrível a latex, desde que faças os testes não há problema
so espero que esses que nao usam preservativo e que apanhem doencas como herpes, sida, hepatite paguem o custo todo de tratamento medico por si proprio pois fizeram uma escolha de nao proteger-se quando podiam-se muito bem proteger usando o preservativo. ajoelhou....vai ter que rezar!!!!
"eu usava ate que rebentei um, depois deixei de usar". para grandes males...
Sinais da idade
Numa das tendas da Queima de Coimbra:
-Olhem, olhem, há fogo em cima do balção.
- O que é aquilo?
- Óh pá...são aqueles shots que se queimam.
Depois da ausência, depois de uma queima (desastrosa) em Coimbra, depois de tudo...
ELOGIO AO AMOR
aqui
"Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. (...) Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
("Elogio ao amor", Miguel Esteves Cardoso)